A 16ª edição do Grito dos Excluídos ocorre amanhã (7) no centro do Rio, paralelamente ao desfile em comemoração à independência do Brasil. O lema da mobilização este ano é “Onde Estão os Nossos Direitos?” e a bandeira principal é a participação popular na luta para garantir e ampliar esses direitos. No estado do Rio, haverá manifestações também em Campos dos Goytacazes, Volta Redonda e na região serrana.
De acordo com o representante do estado na articulação nacional do Grito dos Excluídos, Tobias Faria, no encerramento da manifestação haverá atividades culturais, como poesias, grupos teatrais e bandas de música. Ele afirma que, apesar da descentralização do Grito dos Excluídos, a luta pela terra será a principal reivindicação neste ano.
“Cada uma das mais de 30 organizações presentes estará levantando o conjunto de suas reivindicações, entretanto a bandeira do limite da propriedade da terra será unificadora. É um movimento que já faz parte da cultura política. O grito tem absoluta independência, não é uma organização política, é um espaço de encontro de maneira necessariamente plural”, destacou Faria.
Integrante da Campanha pelo Limite da Terra no Rio, Léo Haua ressaltou que o plebiscito popular sobre o assunto ocorre no estado de 1º a 10 de setembro e que o Grito dos Excluídos será o melhor momento. “Vamos levar as urnas para discutir a concentração de terra no país ao centro do Rio, como instrumento de democracia direta. Se esse limite for aprovado como emenda constitucional, conseguiremos terra suficiente para assentar cerca de 4,5 milhões de famílias, atingindo somente 1% dos proprietários. Fora isso, outras bandeiras da classe trabalhadora, como a redução da jornada de trabalho sem redução de salário, contra as remoções, pelo direito à moradia digna, pela democratização dos meios de comunicação, vão se encontrar nesse espaço”, observa Haua.
Tobias Faria explica que além das duas plenárias nacionais realizadas durante o ano para a organização do Grito dos Excluídos, são articuladas atividades antes da manifestação, com pequenas ações descentralizadas. Nesses encontros são feitas análises teóricas, em que os movimentos sociais recebem uma formação política com espaços de debates, denúncias e reivindicações das organizações que são tornadas públicas.
O representante do Rio afirma que não há uma análise única da conjuntura política no Brasil, mas reconhece avanços no governo, apesar de o movimento ser apartidário. “Fazemos uma análise de que houve avanços em relação a este governo, mas que também ocorreram retrocessos, como o da mobilização popular. Do ponto de vista eleitoral, buscamos uma independência em relação ao conjunto de forças que compõem o grito. Mas a nossa leitura é de que o processo eleitoral é extremamente esvaziado do processo político. Lamentavelmente, os dois principais candidatos não pautaram absolutamente nada dentro daquilo que nos interessa: não se discutiu o modelo econômico, a reforma agrária, a brutal agressão ao meio ambiente, e estamos tentando fazer esse debate durante o processo eleitoral”, conclui Faria. Fontes:Agência Brasil
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