O governador do Rio Sérgio Cabral saiu visivelmente irritado da reunião sobre o modelo de partilha no pré-sal, com com líderes da Câmara dos Deputados e com o governador do Espírito Santo, Paulo Hartung, nesta terça-feira.No encontro, o PSB não concordou em abrir mão da emenda que modifica as regras de distribuição de royalties para os 28% da área do pré-sal já licitados. As autoridades se reuniram durante cerca de uma hora e meia no gabinete do presidente da Câmara, deputado Michel Temer, com os líderes do governo, Henrique Fontana (PT-RS), e do PMDB, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), também relator do projeto.
Cabral afirmou ainda que a medida representa um "butim", um "desrespeito legislativo", um "roubo ao Rio de Janeiro", e abre um "precedente perigoso no Congresso Nacional". Ele lembrou que com a receita de royalties do petróleo são pagos os aposentados e pensionistas do Rio de Janeiro e que já começará a entrar em 2010 a receita do campo de Tupi. Ele lembrou que o Rio já perdeu nessa negociação com o fim da participação especial. O governador do Rio também fez críticas indiretas a governadores que tentam alterar o projeto para que seus Estados recebam recursos do petróleo do pré-sal.
"É um governador da base do governo que está fazendo proselitismo e demagogia com o Estado alheio, querendo se notabilizar nacionalmente com o prejuízo do povo do Rio de Janeiro", disparou, em uma menção indireta ao governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB), que liderou na semana passada uma reunião na Câmara pela alteração do parecer do relator.
O governador disse que vai procurar o presidente Lula, com quem negociou o acordo, juntamente com líderes do governo no Congresso, para impedir que a emenda seja aprovada. “Está se desrespeitando a democracia. Isso é quebra de contrato. É ilegal. O jogo já está jogado. É um oportunismo sem precedentes”.
Há mais de duas semanas, parlamentares dos estados não produtores de petróleo vêm negociando uma forma de ter uma fatia maior do bolo dos roylaties da camada pré-sal. Governadores, principalmente do Nordeste, têm reunido suas bancadas para encontrar uma forma de aumentar sua fatia na distribuição dos royalties. Dessas reuniões surgiu a emenda para que os estados não produtores também tenham direito a royalties das áreas já licitadas
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