Quase 15% das gestantes brasileiras usam produtos abortivos, revela uma pesquisa da UFRGS (Universidade Federal do Rio Grande do Sul), recém-publicada em uma revista da Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz), com 4.856 grávidas de seis capitais brasileiras. Chás de ervas, anticoncepcionais de alta dosagem e misoprostol (Citotec) foram os métodos mais usados pelas mulheres.
Durante o trabalho, os pesquisadores avaliaram quais dessas substâncias estavam relacionadas a uma maior incidência de má-formações fetais e descobriram que o misoprostol aumentou em 2,64 vezes o risco de o bebê ter problemas congênitos, como defeitos nos sistemas nervoso (meningomielocele e microcefalia) e musco-esquelético (pé torto).
Isso ocorreria porque a substância interfere no desenvolvimento normal da vascularização do embrião ou do feto.Desde o início dos anos 90, o uso do misoprostol (criado originalmente para tratar úlcera gástrica e que teve venda proibida no Brasil) tem sido o principal meio para a realização de abortos no país. Estudos revelam que de 50,4% a 84,6% das mulheres que cessaram a gestação utilizaram o medicamento.
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